terça-feira, julho 29, 2008

Falanstério 72 - Curitiba, Muito Prazer!!

Nasce mais um girassol.

A Bicicletada de São Paulo terminou por volta das 23:00 horas para a maioria, mas para quase 40 bikerlocos ela ainda iria continuar. Isso mesmo. Um ônibus fretado nos aguardava à meia-noite na Praça do Ciclista com destino à Curitiba. Nossa viagem estava programada para chegar lá de manhã e participar junto com piás e gurias na Bicicletada da capital paranaense. Lá acontece no último sábado de cada mês.

Não vai dormir ninguém. (foto: pedalante)

Enquanto o ônibus não chegava os remanescentes conversavam na praça. Diversas pizzas foram pedidas. Coincidentemente as pizzas e o ônibus chegaram juntos. Nós tínhamos a missão de colocar 37 biciletas dentro do ônibus. E enquanto fazíamos isso comíamos as pizzas. Foi uma cena inusitada. Coordenados pelo Mestre Pasqua a missão foi cumprida e fechamos as portas do bagageiro rumo à Curitiba.

"A" Fotógrafa.

Saímos quase 2 horas da manhã de São Paulo. O motorista um pouco perdido deu ainda mais uma volta pela praça. Durante a semana a promessa era de que ninguém iria dormir no ônibus e parecia que seria isso mesmo. Regados com vinhos, cervejas o povo ia animado. Apitos que foram distribuídos na Bicicletada paulistana eram usados para evitar que os dorminhocos pudessem descansar. A galera estava eufórica e a viagem prometia e muito. Paramos em Registro para um lanche e seguimos viagem. Ainda bem que o motorista não dormiu. Ficamos sabendo que ele estava com a noite virando no trabalho. Por isso os fumantes do bonde se revezam para manter ele acordado. O principal era o Mário Canna que descobriu toda a vida do condutor. Até ficou sabendo que ele herdou a profissão do pai.

A bicicleta leva o carro.

Chegamos por volta das 8:00 horas. Paramos na reitoria da Universidade Federal e apenas 3 ciclistas nos esperavam, inclusive o Eduardo Cooper, curitibano gente fina que usava uma engraçada cartola. Na hora fiquei um pouco decepcionado, pois esperava uma grande recepeção. Mas ainda estava muito cedo. A concentração era a partir das 10:30. Famintos fomos tomar nosso desejum. Mas antes tivemos que tirar todas as magrelas do ônibus e remontá-las. Esta tarefa foi mais fácil. A maioria optou por um café da manhã no Mercado Municipal da cidade, que foi bastante saboroso.

Passamos nossa mensagem em Curitiba.

Na volta até a reitoria a Massa já estava bem grande, mas a maioria era de paulistanos. Chegando lá o pessoal de Curitiba estava em peso. Agora sim a Massa Crítica estava formada. Muitas pessoas enfeitadas, balões, muitas crianças e casais. O clima era festivo e amigável. O frio prometido pelos meteorologistas não veio e o sol saiu para nos aquecer.

Família reunida.

Onze da manhã a Massa partiu. A maior da história de Curitiba. Atingiram 3 dígitos pela primeira vez, éramos mais de 150. Ocupávamos todas as faixas. Estava lindo. Panfletagem, as faixas feitas em São Paulo eram mostradas. Pessoas nas ruas tiravam fotos e olhavam admiradas. O grito mais cantado foi: "Menos caros, mais Bicicletas!". Chegando no Centro um grande comício acontecia com os candidatos das eleições. Um dos nossos pegou o microfone e entoou a música do Plá (que só iria aparecer mais tarde) "Invasão das Bicicletas". Todos cantaram juntos e no final levantaram suas magrelas como vencedores.

Já virou rotina. (foto: felipe cachaça)

Dali continuamos nosso passeio. O legal que em Curitiba o pessoal faz a chamada mandala (rotatória). Peagamos um grande cruzamento e ficamos dando voltas, enquanto os carros observavam o balé das bikes. Isso com certeza vai ser utilizado em SP. Os gritos continuavam e a cidade estava mais bonita. Finalizamos no Museu Oscar Niemeyer, mais conhecido como Olho. Mais uma mandala no chão de vidro e uma versão de blues e jazz da "Invasão das Bicicletas" com gaitas e triângulos. Quando estávamos no museu um grupo de meninas de dança de Timbó, Santa Catarina apareceu. Eram belas meninas. A massa masculina ficou empolgada e pediu algumas palhinhas de dança. Elas fizeram uma mini-apresentação para nós que ficou muito boa. E dois dos nossos ainda fizeram passos de street.

Força Tarefa ciclofaixa PR/SP.

Depois dessa festa toda, a fome bateu. Como a Bicicletada é democrática o grupo se dividiu em dois. Para um lado veganos e vegetarianos e para o outro carnívoros. Fui para a turma da carne. No caminho andamos por algumas ciclovias. Não gostei. Primeiro porque eram compartilhadas com pedestres, e muito estreitas. O asfalto não estava bom. Mas tudo bem isso não era problema. Achamos um buffet que come à vontade por R$ 10,00 e lá fomos nós. Famintos acabamos com a carne e depois encontramos os saladeiros.

Bicicletada musical

Voltamos para o ônibus, pegamos as malas e fizemos nosso check-in no Hotel Golden Star. Simples, porém confortável. Depois de um banho não consegui dormir e um grupo resolveu fazer um bike tour pela cidade. Na saída eis que surge o fantastico Plá! Com um violão nas costas e uma bolsa mágica ele apareceu do nada. Cantou 3 músicas para nós ao vivo na rua, em frente ao hotel. Além de cantar duas vezes "Invasão das Bicicletas" ele ainda profetizou a nova "Todo mundo tem um pouco". Sensacional essa visita. Depois de autógrafos e fotos e um convite para o Plá ir para Sampa fomos pedalar. Passamos no porão onde alguns ciclistas paulistanos estavam reunido para falar um pouco da nossa bicicletada e fomos encontrar o pôr do sol. Íamos ver na Ópera de Arame, mas era muito longe. Chegamos só de noite e não conseguimos entrar. Mas valeu a pena, porque no caminho Siqueira, Haase e Luciano grafitaram numa bicicletaria de Curitiba.

Plá ao vivo.

Na volta para o Hotel, nenhum descanso. Roupas trocadas para aguentar o frio da noite e fomos buscar um bar ou restaurante para curtir a noite. Depois de muito andar o grupo se dividiu. Alguns numa cantina e outros no restaurante alemão. Fiquei no alemão. Muito divertido. Tinha cerveja com canequinhas dentros. Na caneca cachaça recheava o copo. Os chamados submarinos foram o sucesso da noite. Muitos foram afundados por nós, principalmente por Toshio e Haase. Eu como não sou muito de beber, terminei minha refeição e fui deitar. O dia seguinte prometia. Iríamos sair as 7:00 da manhã para encarar a Estrada da Graciosa, rumo a cidade de Morretes. Finalmente consegui dormir. A cabeça estava tranquila, o coração feliz e a alma purificada em ter começado essa viagem e ter vivido cada momento com entusiasmo. Conhecer pessoas novas, lugares novas, rir com amigos. São coisas simples, mas fantásticas e agradeço a todos por os momentos vividos. Deitei pensando na Graciosa e ela pensando em mim.

Sincronia perfeita. (foto: felipe vieira)

6 comentários:

Aninha disse...

Genteeeeeeee ameiiiiiiiiiiii!

Muito bom ter feito parte dessa sua aventura junto a você e todos os outros amantes de uma vida melhor!!!

Belissímo relato

Sister você é a mina!!!Te amooooo!!

Luis Peters disse...

Pessoas muito belas e com uma energia enorme!
Esperamos retribuir a visita na Bicicletada de outubro, eu só acho que não conseguiremos nem chegar perto da animação de vocês!
Um forte abraço aos amigos de SP!

Anônimo disse...

Essa bicicletada foi sensacional! Para ficar guardada para sempre nos porões da memória e ser recordada com alegria...

Obrigado pela presença e sempre que quiserem apareçam por aqui, serão muito bem vindos novamente!!!

PEDALANTE disse...

F.A.B. , quando iremos novamente para CTB? E dessa vez, desço a estrada com vocês, ou quem sabe, Joinville, ou outra cidade, que realzie a bicicletada no sábado.

Fourier disse...

Pedalante a próxima será em Timbó!!

polly disse...

hahahahaha!!!

muito bacana teu relato, Felipe!

aliás, muito bacana tudo, tod@s, foi sensacional!

valeu, beijos!