segunda-feira, julho 07, 2008

Falanstério 68 - Nas Curvas de Santos

De São Paulo para Santos. (foto: fahrrad)

Esta com certeza foi a maior aventura feita pela Bicicletada. Não digo maior em relação ao número de participantes e sim falando sobre as experiências vividas e as cenas vistas. Uma pena que nem todos foram nesse pedal insano.

Reunião na padaria. (foto: aninha)

Esta foi a segunda cicloviagem dos integrantes da Massa Crítica. A primeira tem o relato do amigo Pedalante. Denominada de Bicicletada Interplanetária - Prólogo, lá fomos nós, 13 bravos pedalantes saindo da selva de pedra rumo as areias brancas de Santos. O nome já remete o que seria a adrenalina sentida. Foi o prólogo, porque vamos fazer a oficial em dezembro, com centenas ou milhares marchando até Santos para comemorar a chegada do verão. Testamos a Imigrantes, a estrada da Manutenção e também a cidade de Santos.

Antes de pegar estrada verifique os pneus. (foto: fahrrad)

O dia estava escuro quando saí de casa. Às 6 da manhã encontrei o André no meio do caminho e fomos juntos para a Praça do Ciclista. Enquanto pedalamos o sol nascia. Na chegada, vimos a Praça em obras. Será que irão colocar a placa identificando que ali fica a Praça do Ciclista? Veremos. Ali foi o primeiro ponto de encontro para a partida rumo ao litoral. Eu, André, Bruno, Daniel, Aninha, Fabricio e a Rosinha (mascote do passeio) partimos rumo ao Metrô Santa Cruz encontrar outro grupo. Antes, Mathias e Kelaine passaram por nós rumo ao trabalho.

Pela Imigrantes não pode! (foto: ciclobr)

Pedalada na Avenida Paulista vazia neste sábado agradável e com muito sol. No Metrô nos juntamos com Leandro, Alexandre, Juliana e Márcio Campos. Antes do pedal começar a rodar pra valer, uma parada na padaria para encher a barriga e no posto em frente para calibrar os pneus. Dali começamos.

A Bicicleta é mesmo uma arma Benjamim? (foto: fahrrad)

Saímos por volta de 8:30 de São Paulo rumo à praia. Chegamos logo na Imigrantes e o ritmo estava bem tranquilo. Pequenos aclives e longas descidas eram nosso cenário. Caminhões passavam rapidamente ao nosso lado e provocavam um vento muito forte. Alguns buzinavam apoiando e outros reclamando. O acostamento da rodovia virou uma bela ciclovia.

Recuperando energia. (foto: ciclobr)

Íamos tranquilo, alegres e conversando. Fizemos mais uma parada num posto no meio da rodovia. Usamos o banheiro e comemos mais um pouco. Por lá encontramos o Mario e mais dois pedalantes da Bicicletada. Agora sim a Massa estava formada; 13 ciclistas mais a Rosinha que momentos antes havia pegado um vácuo no caminhão que quase ficou branca.

Off-Road! (foto: ciclobr)

Recomeçamos no mesmo ritmo e logo avistamos um carro da Ecovias. A mulher gritou "Não pode", ignoramos e continuamos. Mas ela passou um rádio para o posto policial em frente e fomos impedidos de continuar. Argumentamos bastante, levamos a lei que permite nossa ida pela Imigrantes, mas eles rebatiam usando a placa de proibido bicicletas. Num instante, um caminhão que havia sido parado pela blitz "fugiu" e os dois policiais saíram correndo com suas duas viaturas atrás do "fujão". Foi uma cena hilária, porque um dos policiais ficou tão empolgado com a saída do caminhão à 10km por hora que saiu gritando: "Tirem as bicicletas da frente, ele fugiu". Esse com certeza é um homem da lei.

Brilhando na serra. (foto: fahrrad)

Ficamos sozinhos no posto policial pensando em que fazer. Um dos policiais voltou de ré no acostamento da Imigrantes e argumentou um pouco mais conosoco. Um Sargento apareceu e disse todo truculento: "Se descer pode prender"; e saiu cantando pneu. No final decidimos ir pela estrada da Manutenção. Foi até bom, porque o homem da lei parou os dois lados da Imigrantes para gente atravessar. Foi sensacional ver caminhões, carros e motos pararem para ver a Massa passar.

Parem a Imgrantes, queremos pedalar. (foto: fahrrad)

Apesar da descida da Imigrantes ser mais fácil e mais rápida, nada compensa o visual pelo outro caminho. Que maravilha. Logo que entramos já mudamos de terreno e parecia mountain-bike. Mas foi um curto período. Erramos pela primeira vez o caminho e um cachorro barulhento junto com seu dono na moto (que carregava um facão) nos disse o caminho certo. E nos alertou que a Polícia Ambiental estaria esperando a gente!!

Harmonia com a natureza. (foto: fahrrad)

A partir daí a diversão começou. Altas descidas, grandes velocidades e o contraste. Kilos de concreto eram refletidos pela linda natureza da serra. Cachoeiras complementavam o visual. Algumas subidas longas eram os desafios, mas nada que impedia o pedal. O visual era realmente dislumbrante. Finalmente conhecemos as curvas da estrada de Santos.

Ciclistas/tatus. (foto: fahrrad)

No final recebemos um aviso do guarda florestal que agora para descer por ali teríamos que ter autorização. Ouvimos e fomos embora. Subimos um trecho de difícil acesso e brotamos na Imgrantes como tatus da terra. Por lá seguimos até a cidade. Um pneu trocado na caminho pelo Márcio, uma parada para banheiro e lanche e finalmente chegamos em Santos.

Massa Crítica no Estlingão praiano. (foto: ciclobr)

Fomos recebido com uma ciclovia que até tinha semáforo para ciclistas. Paulistanos incrédulos tiravam fotos daquela rara cena. Pena que a ciclovia acabava do nada. Íamos ansiosamente rumo a areia e ao mar. Antes uma barulheira da Massa dentro do túnel para avisar a todos daquela cidade que a Bicicletada Interplanetária estava passando.

Miragem?? Não, é ciclovia mesmo. (foto: ciclobr)

Alguns kms depois enfim a praia estava em nossos pés. Que sensação de "dever cumprido". Pedalamos na areia. Brincamos como crianças e cansados sentamos nas cadeiras de um quiosque. Comemoramos comendo e bebendo. Contando anedotas (havia um ser misterioso que usou a pia do banheiro como bidê) e dando gargalhadas curtíamos a maresia. Foi um momento inesquecível.

Merecido descanso. (foto: ciclobr)

Da praça até a areia foram 90 kms. Quase 4 horas de pedal. Ficamos cerca de 3 horas em Santos e o Prólogo foi feito. Alimentados e recuperados partimos para a rodoviária. Dois ficaram em Santos, Alexandre já tinha partido antes e Fabricio voltou só para o ABC. Para a capital, 9 bicicletas dentro do ônibus. E mais uma bicicletinha da vó orgulhosa do presente que iria dar para o neto. E assim voltamos. Conversando com várias idéias na cabeça, planejando a próxima aventura. Nossos corações estavam emocionados e a nossa mente trabalhava querendo mais. O corpo pedia um descanso, mas nunca uma parada. Por isso pedaleremos até o infinito, porque com amigos vamos longe.

O mais novo ciclista. (foto: fahrrad)

Fotos:
CicloBR
Fahrrad
Márcio Campos

Blogs:
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Pedal Driven
CicloBR

7 comentários:

Unknown disse...

Êeee maravilha! Só de reler e lembrar, dá vontade de voltar. Precisamos fazer isso sempre, até o fim do ano vai demorar!!
Abraços pedalantes

Marcos Freitas disse...

Quantas imagens lindas, deve ter sido tudo de bom.

Thai disse...

Ai ai ai!
vcs e essa lokuras!!
num é perigoso não?
sozinhos.. uia, as pernas fikam latejando.. sei pq ja pedalei com minha irmã no Parque Ecológico do Tietê

Anônimo disse...

Que lindo seu relato!!! Deu pra perceber bem o que foi essa pedalada deliciosa!!

Luis disse...

Animal esse passeio!! Adorei as fotos!!Quem sabe acompanho vocês na de Dezembro.
Vejo vocês na bicicletada!

Thai disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fabiano disse...

algumas fotos estão com problemas no armazenamento. Ou no link original...

Abraços,
Fabiano