Hoje no dia 22 de setembro, cidades do mundo inteiro comemoraram o Dia Mundial Sem Carro. Em São Paulo, não foi diferente. A conhecida Bicicletada que é realizada toda última sexta-feira de cada mês, foi realizada neste Sábado. Uma edição especial para o Dia Mundial Sem Carro.
Saí de casa ao meio-dia, parecia que não ia aguentar. Fazia um sol muito quente na cidade e eu tinha acabado de sair de um gripe forte e com febre. Não estava totalmete recuperado, mas o amor pelas magrelas foi maior. Na subida da Rua Augusta a dor foi grande, mas conitnuei e cheguei vivo na Praça do Cicista. Amigos bikers me recepcionaram e eles já se preparavam para o passeio. A praça estava cheia, tenda, música, pessoas colocando balãozinhos com frases sobre o dia. Estava um clima muito bom.
O bicicletário na Praça do Ciclista já estava lá e ficou muito bom. A homenagem para o morador de rua morto, quando um carro passou por cima dele enquanto ele dormia também estava feita. Na preparação para a Bicicletada fizemos um piquenique, colocamos rede de dormir, guarda sol, uma bike na estátua, bandeira da Praça, informações no ponto de ônibus que tem no local e nos divertíamos com peteca e frescobol.
Cada vez mais gente chegava e a praça estava ficando pequena. Fizemos uma panfletagem e o amigo ciclista Gatti deu show. Com um apito e um cartão vermelho ele “expulsava” os motoristas que estavam nas ruas no dia em que não não se podia usar os carros. A maioria sorria, mas continuava dentro do sua máquina de morte.
Lá para 15:00 horas se deu o ínicio do passeio. Primeiro aquecemos nossas pernas em volta da Praça para depois partir. Um oficial da Companhia de Engenharia do Tráfego (CET) quis tentar um argumento para proibir algo sem fundamento, mas não conseguiu.
Às 15:30 saímos pela Paulista. Era imenso o número de ciclistas na rua e com certeza foi o recorde da Bicicletada paulistana. Os balões com pensamentos enfeitavam as bikes e tinha até E.T. pedalando. O povo da rua gostava e aplaudia, os motoristas de carros não, pois ocupamos três pistas da Avenida e o congestionamento estava enorme. A maravilhosa e preparada polícia de São Paulo chegou em suas motos. A cavalaria estava pronta para defender os senhores do asfalto.
Sem eles não ocupávamos a faixa de ônibus, mas com todo o seu carinho e educação. Eles a cada momento mandavam liberar ou a da direita ou a da esquerda. Durante a ciclo-passeata eles tentaram parar os ciclistas, mas com gritos de “Não Para” e “Abaixo a Repressão”, continuamos. Esse é o típico exemplo da massa crítica, não tinha como impedir todos nós.
Dominamos a Avenida Paulista, parávamos os carros que queriam atravessar mesmo no sinal aberto, a rua era nossa. Que sensação ótima, vitória, conseguimos. Mesmo com a escolta desnecessária da polícia o resultado foi 100% satisfatório. Voltamos na Praça e todos levantaram as suas bicicletas e depois aplaudimos.
Depois do passeio ainda teve exibiçao de filmes na Praça e festa com DJ. Um encerramento perfeito para uma pedalada perfeita.
Tudo saiu perfeito e esperamos que nosso recado tenha sido dado. Esse ano está sendo de muita conquistas para nós ciclistas. Bicicletários em estações de trens e no SESC, projetos de ciclovias implantados, as bicicletas podem entrar nos metrôs e nos trens nos finais de semana. Mas queremos muito mais, queremos conscientizar a todos. Carro não deve ser usado como é usado hoje. Eles tem que se libertar desse mal e tirar da cabeça que é um mal necessário. Podemos muito bem viver sem eles. E unidos vamos conseguir isso. Um carro a menos, hoje foram 300 carros a menos!!!
Todas as fotos podem ser vistas neste link.
No blog do companheiro Luddista temos um outro relato e no final da postagem uma relação de tudo que saiu na nossa mídia alternativa. Pois a "grande" mídia se omitiu.